A crucifixão de Josivaldo e Amilton numa sessão pra lá de estranha.


 Desde a última sessão na terça-feira passada (que durou pouco mais de 20 minutos) que observo algo inusitado; o discurso inflamado e oportunamente proferido por alguns edis à frente da categoria dos Agentes de Saúde e Endemias, buscando por em cheque o rito regimental dos projetos e inclusive a postura da mesa diretora ( através de seu Presidente); até aí é normal ver edis alfinetando o presidente, vislumbrei isso ao longo de toda a legislatura, contudo depois da sessão de hoje (quinta-feira) me pus a pensar no que está por trás do que assistimos no plenário. (O vídeo da sessão de terça-feira está logo abaixo do texto)

Aqui não falarei do projeto em baila, já que meu primeiro questionamento seria o porquê deste não ter sido enviado ao longo dos últimos seis anos. Questionei sobretudo a inquisição teatralmente realizada para "expor e punir" o Vereador Josivaldo Alves e o Presidente da Câmara Amilton Fontes.

Quem já teve oportunidade de ler o Regimento Interno da casa, sabe que é prerrogativa do legislador pedir "vistas" em qualquer projeto para poder analisa-lo mais cautelosamente, antes de proferir seu voto (no STF vemos isso com certa frequência), assim o fez o Vereador da Equoterapia segundo o próprio, comunicando aos membros da comissão que participa; e em plenário fez questão de reiterar o pedido de vistas tendo em vistas a necessidade de mais informações do executivo e comunicou de emenda ao projeto de sua autoria, que fixava o prazo máximo para pagamento até o dia 31.12 do ano em curso.

Com a função constitucional de interpretar o Regimento da Casa, o Presidente além de publicizar os fatos anteriores à sessão (leia-se bastidores) deu espaço (extremamente longo e fugindo ao protocolo regimental) à Presidenta do Sindicato para que esta explanasse sobre o projeto.

Evidente ter de citar que a referida fala da presidenta foi áspera e pontuada por discreto sarcasmo; contudo como ela mesmo evidenciou que os sindicatos cavam "oportunidades", não mencionou o porquê de ao longo de seis longos anos, não negociou colocar esse projeto em votação. 

Mas para quem assistiu a sessão pelo YouTube, pôde pausar, adiantar, congelar as imagens e perceber a sinfonia de discursos oportunistas à frente de uma categoria, que não apenas visavam atacar a mesa diretora e o vereador autor do pedido de vistas, mas sobretudo demonstrar que existia sim uma orquestração por trás daquelas atitudes; fiquei estarrecida inclusive com o flagrante desrespeito ao Regimento em seu artigo 148  parágrafo 2° e incisos de I à VII, por parte da presidenta do sindicato que por pouco não ocasionou na suspensão da sessão legislativa.

Que debaixo desse angú tem osso é evidente; contudo faz-se necessário sim respeitar o rito regimental independente da teatralização da sessão por parte de edis que ao longo de quatro anos sempre votaram em projetos sem sequer ler ou se justificar pelo voto dado (como o que deu de mão beijada o nosso patrimônio à iniciativa privada).

Que nesse curto período de vistas essas questões possam ser dirimidas, pois o que chama a atenção não é projeto em sí ou seus beneficiários... é o que está por trás dessa ação extemporânea.


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