A DAMA DE FERRO DOS SEM TERRA!



Recentemente para minha tristeza e acredito para a de muitos munícipes de lagarto, mais uma vez as chuvas foram generosas em nossa cidade e por conseguinte, o acesso ao assentamento da tapera dos nicos (segundo o Incra), ou como popularmente conhecido, Dr. JOÃO ou CHE GUEVARA, foi interrompido pela cachoeira que se forma a cada chuva forte que presenteia nossa região.
Isso por si só deveria ser um alerta para que os poderes constituídos voltassem seus olhos para as mais de 300 famílias que moram no assentamento e em seu entorno, mas infelizmente a zona rural (que por tradição  elege o mandatário do município) sempre fora relegada a segundo plano e com o Assentamento Che Guevara (ou Dr. João) não seria diferente.
Mas, neste artigo faço questão de frisar, não a necessidade daquela comunidade, que é flagrante e real, mas o protagonismo e a força de  luta de uma mulher, que devido a seu empenho e ao rigor que sempre demonstrou ter ao defender sua comunidade, recebeu em 2008 o apelido carinhoso de "Dama de Ferro dos Sem Terra".
Gleilda  na certidão de nascimento, e "Nen" como seus companheiros de luta carinhosamente  a chamaram, se mostrou sempre aguerrida, militando por uma bandeira que representava a força "do Movimento", e sendo a iminência parda de seu companheiro desde o desbravar da promessa de uma reforma agrária até o despontar como vereança em Lagarto pós eleição de 2008.
Hoje, mesmo distante dos holofotes da política partidária, como mãe, mulher e militante, ainda figura como lutadora, não por um movimento específico mas pela qualidade de vida de famílias que uma vez assentadas, produzem e fazem diferença com o resultado dessa herança da agricultura familiar, para a economia de nosso município.
Então, que às vésperas de uma eleição municipal, os olhos do poder público se voltem para os assentados de nossa Lagarto, que exemplifico através do "Che Guevara", não apenas pela promessa não cumprida de um acesso digno em períodos chuvosos, mas de uma forma geral, que os moradores desses inúmeros  assentamentos em nosso município possam se sentir inclusos como população e não como "apêndices " que só são lembrados e mencionados às vésperas dos pleitos que ocorrem a cada dois anos.


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