ENTREVISTA BARBARA MARQUES

CL: Sra. BARBARA, muito se fala no protagonismo "Juvenil", e no protagonismo  "Feminino" , vossa senhoria representa esses dois segmentos, a sua inexperiência na política não poderia ser considerada um fator para rejeição de seu nome diante do eleitorado?

Eu não acredito que seja assim, porque eu mesma que nunca fui política, deixei de acreditar nos políticos e como eleitora, sempre preferi votar em quem nunca foi nada, entende? Agora eu entrei na política, nunca fui nada, não conheço do que acontece nos bastidores, E por isso mesmo eu me acho capaz de me candidatar e buscar o voto daqueles que como eu, também estão cansados de votar nos mesmos nomes.

CL: Sra. BARBARA, como mulher Trans, e entrando pela quota de 30% prioritárias ao sexo feminino, vossa senhoria teria como bandeira a defesa das mulheres ou dos LGBTS.

Entenda uma coisa, mesmo sendo uma mulher Trans, com readequação no meu registro de nascimento e nos outros documentos, sendo pré candidata, preciso e vou defender a população em geral, claro que vou priorizar as mulheres, principalmente aquelas que são vítimas de violência doméstica, mas não posso esquecer da população em geral.
Mesmo estando representada na comunidade LGBTQI, não posso esquecer que é papel da Vereadora olhar por todos sem distinção.

CL: Sra. BARBARA, a sua comunidade em Lagarto é muito proeminente, neste aspecto vossa senhoria terá o apoio maciço da classe nessa sua nova empreitada?

Quando eu decidi ser candidata eu sabia por quem eu queria e deveria lutar; em todos esses anos nunca tivemos na Câmara alguém que nos representasse; por isso mesmo eu tenho como objetivo lutar pela classe, quanto ao apoio, eu penso assim, no dia que minha comunidade perceber que minha pré candidatura pode representar cada um deles ou delas, então poderei ter a ajuda da classe.

CL: Sra. BARBARA, as eleições em Lagarto sempre foram em torno de grupos políticos, sendo assim, em qual grupo vossa senhoria pretende estar nas próximas eleições, e mais, vossa senhoria não teme o preconceito de outros candidatos ou candidatas?


Olha, eu não conheço muito de política, mas pesquisando e assistindo aos noticiários, eu soube que nas próximas eleições não vai ter mais coligação pra vereador, então eu vou buscar um partido que possa me receber como Mulher Trans, e que tenha propostas boas para a nossa cidade. Quanto ao preconceito, eu convivo com ele desde que me entendo por gente, por isso sei tirar de letra. O que vai mostrar se eu estou preparada ou não pra ser candidata não é minha identidade de gênero nem minha orientação sexual, é a minha capacidade de falar a linguagem do povo que eu irei com fé em Deus representar.

CL: Sra. BARBARA, numa eleição para Câmara Municipal sabemos que os candidatos precisam ter muita estrutura pra poder galgar um lugar entre os 17 disponíveis, neste sentido vossa senhoria pretende contar com algum apoio?


Olha meu caro, eu posso até ser nova na política, mas não sou lesada; sei que na prática só se elege quem tem essa estrutura, mas se eu não tenho, não vai me faltar coragem e sola de sapato pra ir de casa em casa, seja na periferia ou nos povoados, pra eu mesma pedir meu voto, olhando na cara do eleitor.
Posso até estar errada, mas eu penso assim.