SOB A TUTELA DO CONSELHO!
Com saudade, lembrei-me recentemente de uma amiga abnegada, que por dois mandatos ocupou o cargo de conselheira tutelar numa cidadezinha no interior do Estado do Acre, quase na fronteira com o Peru; Nazaré, conselheira por convicção (pois os/as que são de fato, exercem um sacerdócio) sempre estava nos momentos de seus plantões nos fins de semana, não em casa (aguardando o telefone tocar caso houvesse alguma ocorrencia) mas nos bares, à cata das crianças e adolescentes que insistiam em burlar o que prega o "eca" e estavam a aproveitar o momento de curtição, seja "tomando uma" seja praticando ações que poderiam classifica-los como delinqüentes.
Fazendo uma reflexão da responsabilidade por trás do cargo, é necessário frisar que a tutela "é a proteção exercida em relação a alguém ou algo mais frágil", e em se tratando dessa parcela da população em constante vulnerabilidade social, cabe perguntar; com a não obrigatoriedade do conhecimento específico inerente ao cargo como fator classificatório e até eliminatório, como o cidadão comum pode com certeza saber que está escolhendo a pessoa certa para ocupar a função?
O que vemos Brasil afora, no tocante à candidatura e eleição do "conselho" que terá por direito a "tutela" desse público específico, é a ereção de uma base que fundamente sua força "política", catapultando esses personagens, (se não eles próprios candidatos) à lideranças com poder de barganha nas eleições municipais no ano subsequente.
Quando não, há aqueles que veem o cargo apenas como uma possibilidade de estabilidade (ao menos por quatro anos) num país onde a taxa de desemprego chega a estratosfera.
Oxalá fosse o requisito mínimo exigido, ser a real experiência com a realidade desses cidadãos em formação, e mais, que não apenas rostos bonitos e frases de efeito fossem o referencial para conquistar o voto de quem outorga o cargo (a população).
Que a maior vaidade nesta eleição, não seja a de ostentar o "poder" econômico e midiático na campanha, mas a de poder dizer "Eu sou candidato ou candidata por tal propósito, por tal convicção e por esta experiência"
Afinal será um público específico e diferenciado que estará sob a "tutela" desse "conselho"!
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