DESEJO NATALÍCIO


Há determinados momentos  em que qualquer articulista, por mais retórica que possua é calado pelas circunstâncias que a realidade lhe impinge. Me descobri nesta manhã, depois de organizar meu calendário, na véspera de um Natal alegórico, existente apenas como um lembrete numa agenda sem muitos "sublinhados" prova cabal de que para que possamos realmente nos emponderar desta data faz-se mister que retornemos ao tempo que esta era mais emocional que  comercial. Se a ocasião sugere um congraçamento familiar, palco de comunhão entre iguais, o que dizer daqueles que carentes de perspectivas, buscam incessantes um sentido fraternal na enxurrada de "marketing logistico" que direcionam prioritariamente ao consumo e esquece a beleza do compartilhamento?
Mesmo numa megalópole (que não é nosso caso) tudo conspira para o "desembocar" no piegismo do aconchego, da mesa farta e da troca de afinidades revestida de "papel de presente"; mas isso apenas no centro motriz da sociedade de fato e de direito, adquirida e conquistada pela "monta" refletida pelo seu poder aquisitivo. Na "orla" dessa onda, uma periferia que se diverte com suas limitações e reverbera lições criativas de solidariedade e abnegação.
Lagarto já fora uma cidade onde o Natal era sinônimo de exaltação da "familiaridade" conquistada independente da consaguineidade, hoje parece apenas um presépio  silencioso feito para "inglês ver" mas que não reflete nem representa a necessidade de seus munícipes.
Fazer diferente nesse sentido é realmente pensar longe do nosso umbigo, no outro e nos outros que constroem nossos sonhos e  perspectivas.

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