Acinte trajado de Ignomínia, parte II - Eis um patrimônio que precisa ser preservado.


 Recentemente li publicações em alguns sites de nossa cidade, mencionando a "venda" (acredito que por parte dos herdeiros) da casa do ex-prefeito e ex-governador Dionísio Machado, situada na praça Filomeno Hora...

No Facebook inclusive, a nota fora acompanhada de mais de 33 fotos do imóvel, que faz parte (incontestavelmente) da história política de nosso Município.
Como não bastasse, sua arquitetura singular, o referido local tem impresso em suas paredes, pisos centenários, azulejos portugueses, murais e e móveis que remontam o início do século, toda uma História e um vasto currículum que em tese, poderia e pode inclusive, justificar uma lei que o transforme em patrimônio histórico e cultural e com isso venha a preservar um legado que (na possibilidade do legislativo ignorar) decerto precisa ser perpetuado para gerações futuras.
Esse prédio sim, possui características e "status quo" suficiente para pleitear um tombamento.
Mas como esse assunto que por hora trago à baila, Vem em contraponto ao desejo manifestado por um projeto de lei do legislativo em transformar a Igreja do Povoado Jenipapo em Patrimônio histórico e cultural do Município, preciso colocar aqui alguns questionamentos:
1. Quais são os compromissos definidos na lei de tombamento da igreja do Jenipapo, para que a Diocese de Estância se comprometa a realizar? Como também o município de Lagarto.
2.Quais foram os objetivos e os motivos de seu tombamento?
3.O que foi apontado como objeto de estudo desse patrimônio?
4. Finalmente, quais os motivos que o conselho de patrimônio do município encontrou para encaminhar à câmera o pedido de tombamento?
Esses questionamentos vêm embasados em critérios que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional utiliza (dentre tantos outros, e olhe que a lista é imensa) para poder cacifar um bem material ao patamar que no momento querem outorgar à referida igreja contemporânea.
Quiçá algum dos 17 edís possam olhar para os prédios em nossa cidade que realmente fazem parte de nossa historia e como tal precisam ser preservados, antes que a modernidade arquitetônica faça desaparecer e descaracterizar um município com tanta relevância no contexto histórico, desde quando possuía a alcunha de "Vila do Lagarto" no tempo do império.
Finalizando, gostaria de poder solicitar dos edís que tenham a sensibilidade para perceber a necessidade de se construir uma política de preservação patrimonial, que possa trabalhar critérios de possiveis indicações e definições do que precisa realmente ser preservado em nosso município.
Fica a dica!


Fotos: Floriano Fonseca

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