Okê Arô! Paulinho deu o tom!

 Brilhante, soberbo, surreal...

Uma ode ao respeito às religiões de matriz africanas em plena olimpíada de Tóquio...

Minha profunda admiração pelo gesto do jogador Paulinho ao comemorar o seu gol, reverenciando um orixá do candomblé, (Oxossi) do qual também sou filho, com muito orgulho.

Nesse país chamado Brasil, onde ultimamente só prolifera os discursos de ódio, de exclusão social, de misoginia, de xenofobia, de todo o tipo de preconceito contra pessoas, raças, religiões e inclusive de pensamentos; atitude como esta só demonstra a maturidade desse rapaz, que não teve qualquer pudor em assumir sua crença (como o faço cotidianamente) numa transmissão em nível mundial, abrindo uma janela importante quando o assunto é "Respeito às religiões", às crenças que vão de encontro ao estabelecido como verdade absoluta.

Como Paulinho, também sou filho do Orixá Oxossi, e sigo em frente com os princípios que norteiam a minha fé, respeitando a dos outros e exigindo que a minha seja respeitada. Contudo em nosso país, a intolerância religiosa que insiste em classificar como "demoníaca" qualquer expressão de fé que fuja do cristianismo, é um esboço (se bem relacionado) com a situação do negro em nossa sociedade, com a situação dos indígenas em nosso país, cujas culturas (inclusive sua fé) são atropeladas e soterradas por um absolutismo que não combina com o nosso Estado democrático de direito.

Que mais "Paulinhos" possam professar sua fé sem serem atacados por fundamentalistas, por "milicianos" dos "costumes", que infelizmente nos últimos três anos se apossaram de nosso Brasil Plural.

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