Cadê o Cabrunco do "faça com a direita pra que a esquerda não veja "?


 É muito comum vermos nessa época que antecede um ano eleitoral e em pleno período natalino, uma profusão de "Madres Tereza", numa falsa demonstração de generosidade se esforçando para criar uma imagem diante do eleitorado, que de fato é tão tosca quanto o sentido da pseudo boa ação. Esses dias me deparei no Instagram com postagens de um ex-candidato a vereança, que fez questão de compartilhar dezenas de fotos ao lado de famílias em vulnerabilidade social, recebendo de suas mãos (faz-me rir...) uma cesta de alimentos. A cena em questão que alavancou minha ojeriza, pode até ser normal em nossa cidade, mas não deixa de ser uma gritante violência contra quem recebe essa pseudo boa ação... qualquer pessoa com um mínimo de senso comum tem consciência do quão leviano é expor a vulnerabilidade social de outros.

Vale tudo por um like...

Aí me pergunto, cadê o cabrunco do significado daquela frase bíblica que diz "faça com a direita pra que a esquerda não veja"?

Em nossa cidade isso não existe...

Contudo pra uma gigantesca parcela de nossa população essas práticas  que servem de combustível para a criação de selfies, que numa tradução bem realista, poderia ser classificada de  oportunismo travestido de boas ações, pode ter seus dias contados...

Cabe ao Ministério Público a defesa do cidadão... e essas postagens vexatórias que em nada são "solidárias " precisam não apenas acabar, mas ter o freio que o bom senso manda.

Existe uma linha tênue que separa a "assistência social" que remete à generosidade e ao altruísmo, daquilo que vergonhosamente classificamos como "assistencialismo", que nada mais é que  "um sistema ou prática que se baseia no aliciamento político das classes menos privilegiadas através de uma encenação de assistência social".

Ora, isso é tão normal em nosso meio, que já se tornou uma tradição, algo que vem sobrevivendo a gerações e que acredito, não serve de motivo de orgulho pra quem quer que seja.

Se de "boas intenções" o inferno está cheio, decerto está repleto desses "amigos" das oportunidades, que se utilizam da fragilidade social, para posar  de bom moço sem nenhum compromisso com essa mesma população.

Que o eleitor seja mais seletivo, e perceptível, aí sim, podemos acreditar numa renovação de fato para a nossa política. 

Afinal, a fragilidade dos nossos munícipes não pode ser motivo de engrandecimento de uns e outros nas redes sociais.

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