Não olhe para cima! Nossa realidade.
Depois de tantas críticas controversas e comparações com nossa realidade atual (em nível de país), resolvi assistir a sátira que lançada recentemente no cinema, tem gerado memes em centenas de redes socias.
Apesar de a sátira em questão fazer uma clara referência ao desastroso período da era Trump, fica quase impossível não traçar um paralelo com a atual situação por que passa nosso país, haja vista que uma das marcas dessa gestão é o fomento ao negacionismo e o completo desrespeito ao que é ético e moral.
Mas, voltando ao filme, com uma constelação de estrelas holywoodianas de diversos quilates (e neste aspecto não tem como não grifar a atuação de Meryl Streep, Cate Blanchett e Timothée Chalamet entre outros) ficou mais fácil dar visibilidade à mensagem central da película, com sacadas primorosas, sem ser cansativo ou monótono.
Mas trazendo um pouco pra nossa realidade, não apenas o negacionismo era palco nesse enredo, mas principalmente a dependência (pra não dizer escravidão) das mídias digitais pela população, que longe de expressar a verdade, promovia a massificação com notícias falsas e fantasiosas... e isso, sejamos sensatos, vivenciamos em nosso dia-a-dia.
Não ouso ir muito longe, em nossa minúscula cidade (em comparação com tantas outras em nível de Brasil) impera exatamente essa realidade retratada no filme, onde a imprensa oficial apenas reproduz o que de fato interessa aos grupos políticos, onde a verdade da pseudo-informação se concentra no achismo dos grupos de WhatsApp.
Ponto alto do filme e pra mim de uma significância singular, é o momento onde (mesmo com o corpo celeste visível nos céus dos EUA) a mídia e o governo insistem em negar ao cidadão o direito de "olhar pra cima" e verificar por si mesmo a veracidade dos fatos.
Difícil não comparar com nossa realidade, onde o cidadão lagartense se condiciona (ou é levado à tal) a enterrar sua cabeça na areia e só vislumbrar via tela de celular, o que é definido pelas milícias digitais.
Acredito que a mensagem mais importante do filme fica por conta do representado nas últimas cenas, onde os protagonistas se unem num jantar, aguardando o inevitável com a certeza de que fizeram a sua parte (mesmo sem sucesso).
Para aqueles com sensibilidade e perspicácia, "Não olhe para cima" é uma verdadeira lição de exercício da cidadania.
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