Levam o Brasil nas costas... mas quem os carrega?


 Fiz questão no dia de hoje de levantar cedo e acompanhar o que prometia ser um evento singular... a terceira edição da "Festa do Caminhoneiro de Lagarto" é confesso, fiquei na expectativa! 

O local escolhido não poderia ser melhor... o parque de exposições Nicolau de Almeida, que ultimamente só representa a saudade que o lagartense têm dos tempos áureos onde servia para congraçamento de seus munícipes e para "fechamentos" de negócios vultosos quando o assunto era pecuária e agricultura...

Quem não se lembra????

De cara, percebi que mesmo com farta divulgação nas redes sociais, uma boa parcela da população que estava presente no entorno da praça do tanque grande e do mercado José Correia Sobrinho, efetivamente não sabia que ocorreria tal evento.

Verdade seja dita, depois de conversar com dezenas de transeuntes, percebi que para os mesmos, a lembrança que vinha de fato, dizia respeito ao show de uma famosa banda de forró que acontecerá no próximo sábado....

Mas, voltando ao foco da festa do caminhoneiro, mesmo com um amplo desconhecimento por parte da população que hoje transitava na feira de nossa cidade, preciso parabenizar a organização, pois após a programação fixa no referido parque de exposições, de forma ordeira e organizada, iniciaram a carreata (com direito a deixar rouca qualquer buzina) que nesse momento sim, levou a população (mesmo com a chuva repentina) às vias públicas para acompanhar o cortejo.

Mas nesse ponto preciso fazer uma reflexão... sabemos que essa categoria leva o Brasil nas costas, e durante o período de pandemia, foram expostos a toda a sorte de riscos advindo da moléstia em epígrafe, haja vista que trata-se de um serviço mais que essencial...

Levando em conta que atualmente é a categoria mais prejudicada pelo aumento abusivo dos combustíveis e sem qualquer tipo de amparo pelas políticas governamentais, esperei de fato que o evento serviria para que esses trabalhadores pudessem externar seu descontentamento. 

Ledo engano... percebi enquanto profissional de imprensa, muitas homenagens a figuras lagartenses que nos deixaram graças ao advento da pandemia (a exemplo de dois cidadãos que possuíam em nossa cidade uma famosa autoescola) e à nossa padroeira (N. Sra da Piedade).

À primeira vista, parece que o evento foi apenas para agradecer (Deus sabe o quê) e não para reivindicar melhorias para a categoria; até aí tudo bem, afinal, o que ficou nas entrelinhas é que a categoria não têm do que se queixar... Mas, se formos analisar com frieza e perspicácia, foi uma oportunidade (perdida) ímpar para que esses profissionais, cidadãos, pudessem protagonizar a sua própria história; mais que isso, mostrar para o restante da sociedade lagartense que essa classe realmente é a norteadora do progresso de qualquer lugar, seja município, cidade ou país. 

Antes de me despedir da minha reflexão, pergunto: Onde estão os caminhões, caminhonetes que diariamente fazem o transporte de nossa produção agrícola em todos os 119 povoados? Se o evento fosse de fato compartilhado e coadunado com a nossa Zona Rural, decerto o cortejo seria infinitamente maior.




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