ORÇAMENTO MUNICIPAL... O percentual da discórdia!


 Na minha leiga opinião, o Parlamento Municipal é o local propício para o debate, principalmente se o tema for o benefício dos nossos munícipes. 

Quem acompanhou a sessão da última quinta-feira, presenciou um debate (salutar e permissível) acalorado entre os edis, sobre o projeto orçamentário encaminhado pelo executivo, no qual define um percentual de 80% de remanejamento dos recursos do orçamento, que se aprovado do jeito que está, deixa inoperante o papel do legislativo no que concerne à fiscalização do erário, haja vista que não haverá qualquer necessidade de o executivo se dirigir à Câmara para solicitar autorização para remanejar recursos do orçamento; em outras palavras, ou melhor, se utilizando das palavras do Vereador Alexandro de Carvalho Xisto " a Câmara dará um cheque em branco ao executivo".

Não entrarei no mérito da questão, longe disso, prefiro me ater às falas que se seguiram (nesta ordem: Ver. Alex Dentinho, Ver. Mateus Correia, Ver. Josivaldo Alves e Ver. Marta da Dengue) pois, dos com direito à voz, apenas 04 se puseram à favor do contribuinte e da transparência no trato com o erário público. 

Dos quatro discursos proferidos em plenário, preciso de pronto grifar a fala de duas Vereanças, à saber: Josivaldo e Martha!

O primeiro de forma elegante e direta, lembrou não apenas o papel dos parlamentares mas sobretudo o da casa legislativa, que enfraqueceria indefinidamente, se não pudesse exercer sua prerrogativa constitucional de fiscalizar e impor limites aos gastos públicos. 

A segunda, de forma pacional e emotiva, num desabafo digno de aplausos, conseguiu pontuar e narrar a postura da Câmara no início dessa legislatura e que hoje já sinaliza ter outra postura, ou melhor, outra face!

Nós que somos eleitores e contribuintes, constrangimento à parte, ficamos com a sensação do vazio, quando o assunto é representação popular.

Aí me pergunto, quando depositamos o voto na urna, escolhendo e elegendo representantes para ocupar as cadeiras do legislativo, temos a falsa sensação de que seremos de fato "representados"...

No momento de uma votação de uma propositura como essa, que afeta diretamente nossa vida (já que se trata de aplicação do dinheiro público nos serviços públicos oferecidos em nossa cidade) preciso acreditar que Lagarto ainda terá uma casa legislativa para fiscalizar, cobrar e pôr limites... mas, pelo andar da carruagem, percebo (e quem acompanha os trabalhos da excelsa Casa, também) que nossos edis estão prestes a jogar uma pá de cal nas suas prerrogativas enquanto Vereanças.



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