Um presépio mais que atual!


 Treze anos depois e polêmicas à parte, nunca uma mensagem foi tão atual quanto àquela que estava impressa naquele que foi denominado "presépio do diabo" que de forma inusitada, trouxe figuras estilizadas construídas com sucata.

Idealizado pelo designer Martins Filho, conseguiu a proeza de ser o foco central da ira da Igreja Católica que não conseguiu absorver a subliminaridade por trás das figuras de zinco e ferro.

Olhando as fotos da época e analisando as peças cênicas, me deparei com o cenário que remete à natividade cercado por pedras, que segundo o autor da obra, remete ao coração dos homens, que pouco ou quase nada enxergam em nosso município a totalidade daqueles que ainda hoje não possuem o básico para com conforto (alimentar) comemorar o nascimento de Cristo.

Claro que sendo execrado pela comunidade católica por causa de sua criação, conseguiu o apoio inclusive de uma boa parcela da população que aplaudindo a criatividade do inusitado presépio, soube absorver a perspectiva vista pelo artista.

E no meio do caos surgiu aquele enredo natalino, em parte futurista em parte visionário, levando aqueles que souberam enxerga-lo com outros olhos, a uma reflexão à respeito do papel de cada um de nós em relação à buscar e acolher nossos irmãos menos favorecidos. 

Trazendo pra a realidade do "agora" e percebendo a factível carência de políticas públicas municipais para combater a insegurança alimentar que atinge uma fatia significativa de nossos munícipes pós pandemia, não erro em afirmar que Lagarto precisaria revisitar aquele polêmico presépio e a mensagem que o acompanhou.

Sejamos mais empáticos, pois quando conseguimos nos colocar no lugar daquele que tem fome, sabemos valorizar o sentido de comunhão e solidariedade que a natividade representa.

Fotos: José Gumercindo da Silva






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