À quem pertence o voto?
Desde segunda-feira que as redes socias, grupos de WhatsApp e alguns programas radiofônicos de Lagarto, repercutem a votação na sessão extraordinária desse mesmo dia, convocada para além de empossar a nova mesa diretora da casa legislativa, apreciar os projetos enviados pelo executivo que versam sobre a nova reforma administrativa.
Até aí tudo bem, pois a situação atualmente possui votos suficientes para aprovar qualquer projeto que exija maioria simples; contudo, o posicionamento a favor dos referido projetos por parte de três vereanças oposicionistas, causou um furor nas redes e nos programas radiofônicos a ponto de eu ter que puxar essa reflexão...
A quem realmente pertence o voto na casa legislativa?
Analisando as justificativas dadas pelos três edis em relação ao seu voto em plenário, pude perceber que apesar de na teoria ser prerrogativa do parlamentar votar de acordo com sua consciência e convicção, na prática o que fora demonstrado é que de fato o voto na Câmara pertence aos líderes dos agrupamentos, numa demonstração clara de falta de independência dos edis em poder exercer seu direito constitucional (o de votar no que achar conveniente).
Tive a oportunidade de ler as oitenta e sete páginas dos três projetos apresentados (coisa que acredito, talvez um ou dois edis tenham tido essa iniciativa) e longe de manifestar minha opinião à respeito do teor de cada um, vejo que está na alçada do executivo propor sim uma reforma administrativa reduzindo ou ampliando as secretarias municipais (isso cabe ao gestor público) e consequentemente cabe a casa legislativa e por conseguinte à cada um de seus membros, se manifestar contra ou à favor.
Isso é o básico numa democracia republicana... mas sendo Lagarto um outro país, não é de se estranhar que os posicionamentos dos parlamentares diante de projetos impactantes, precise passar pelo crivo e pelo cabresto de seus líderes.
Na casa do povo esperamos de cada representante a coragem necessária para uma vez manifestando a sua posição, possa justificar para seu eleitorado os motivos que levaram a este ponto. Dito isso, parabenizo a postura dos três edis em demonstrando sua posição em relação aos projetos postos em votação, tiveram a dignidade de justificar ainda na referida sessão o porquê de sua atitude.
Censurar ou tentar direcionar a "convicção" de um parlamentar de fato não combina em nada com democracia.
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