"Conferência da Juventude"... Faça-me rir!


 

Lagarto indubitavelmente é outro País. 

Soube hoje no final da manhã que entre às 13h e 17hs haveria uma (pasmem) conferência municipal de juventude no Centro Esportivo Átila Paixão no bairro Matinha. 

Claro que como Jornalista e militante dos Direitos Humanos ha mais de 25 anos, sequer almocei, chamei um mototáxi e pra lá fui.

Perdi tempo, dinheiro das corridas e uma parcela de minha sanidade mental.

Sou Jornalista, vivo e sobrevivo do meu trabalho e não estudei, não construí um nome pra jogar na lata do lixo; por isso preciso e devo ser imparcial. 

O que vi na Matinha foi um circo de horrores, pra ser elegante; e vou pontuar o que percebi e levantar a reflexão. 

Lagarto tem um problema crônico no tocante à Juventude:

1. Falta de incentivo que minimize a evasão escolar 

2. Falta de políticas públicas de fomento à inclusão dos jovens no mercado de trabalho

3. Combate ao êxodo rural (os adolescentes e jovens que migram pro  sul e sudeste do país atrás de sub-empregos).

4. Combate ao uso, consumo e tráfico de DROGAS

Ora, espera-se (em qualquer cidade séria) que antes da conferência em sí, haja pré-conferências tanto na zona urbana quanto na rural, para colher da própria população alvo, suas demandas e prioridades para que se construa de fato propostas de políticas públicas para esse público em nosso município. 

Isso seria o caminho natural num município sério. 

O que presenciei na Matinha (e publiquei ao vivo no Instagram @lagartoemfoco) me deu asco e irei explicar. 

Não verifiquei expoentes da juventude que trabalham no comércio informal, que são vítimas da violência urbana, que morem em periferia e zona rural, que possuam idade e vivência suficiente para exigir seus direitos. 

Juro que pensei estar numa sala de aula... Só tinha estudantes de escolas públicas municipais, numa faixa etária entre 10, 11, 12, 13 anos e pouquíssimos adolescentes que à olhos vistos, de classe média e que estavam ali sem sequer saber o porquê. 

Pelo amor de Deus... isso é ridículo. 

Engraçado é que saindo do evento, fui pro bairro Ademar de Carvalho e verifiquei in loco que a juventude de fato que deveria lá estar, sequer sabia do evento.

Posso definir essa pseudo-conferência com um único termo: MISE EN SCÈNE ou traduzindo no bom francês "encenação" coisa feita apenas pra INGLÊS VER. 

Lagarto possui inúmeras populações vulneráveis... quiçá as "pseudos" tentativas  de promoção de políticas públicas à estas, não se perpetuem com esse jargão (ou com essa fama).

Tá faltando diálogo... tá faltando TRANSPARÊNCIA.

FICA A DICA .

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