Lagarto deixará de ser Outro País?


 Com a proximidade do mês de Janeiro a expectativa da população lagartense se concentra (óbvio) na posse da nova administração municipal e casa legislativa, na esperança de a curto/médio prazo verem resolvidos inúmeros gargalos em nossa cidade que há tempos contribuem para uma insatisfação generalizada pela população que não consegue alcançar políticas públicas que em tese seriam disponibilizadas pelo governo municipal.

A grande promessa de um "Jeito Novo" de governar (que é a esperança dos mais de 33.000 eleitores que nas urnas disseram o que queria pra o futuro de Lagarto) perpassa acredito, pelo altruísmo de derrubar muros e construir pontes, para que nosso eleitorado volte à confiar na política e possa diminuir o número de abstenções que só aumentam eleição após eleição.

Analisando o arcabouço construído das secretarias de governo para o pós posse dos eleitos, preciso de fato parabenizar a paridade de gênero que foi promessa de campanha e efetivamente cumprida, após o anúncio amplamente divulgado em todos os veículos de imprensa local. 

Quiçá possa as demais promessas serem cumpridas à contento, o que de fato só aumentará a credibilidade daquele eleitor desacreditado, que daqui a dois anos, terá de retornar às urnas.

Todavia, como membro de uma comunidade que é considerada nacionalmente como em "risco de vulnerabilidade social" cuja expectativa de vida não ultrapassa 35 anos, gostaria muito de ver Lagarto ser realmente (como prometido durante a campanha) a primeira cidade do interior a ter uma pasta específica para as populações em risco de vulnerabilidade (leia-se Cidadania e Direitos Humanos), pois sabemos do problema que é o aumento absurdo de pessoas em situação de rua, acompanhamos desde a pandemia da Covid-19 o aumento do número de suicídios em nossa cidade, como vimos chegar à estratosfera os casos absurdos de violência doméstica e tentativas de feminicidio também amplamente divulgado pela imprensa local com a tarja do sensacionalismo (quanto mais desgraça mais likes); ainda sofremos com um racismo velado e institucional que em nossa cidade nos proíbe de nos declaramos pretos e pretas (o correto aqui é dizer que é moreno); as religiões de matriz africana continuam sofrendo intolerância velada sem sequer ter amparo do poder público para poder comemorar seu dia ( em 22.11 se comemora o dia municipal de respeito às religiões de matriz africanas, LEI APROVADA E SANCIONADA).

Durante décadas ouvi dizer que "segundo o cabo Zé, Lagarto é outro País" ou seja, aqui, leis não são cumpridas, direitos não são respeitados, punições contra o erário não são vistas, tudo acontece à margem... 

Por isso diante da proposta de um "Novo Jeito" de se governar, esperamos que essa nova administração tenha um olhar empático para todas as populações que compõem a sociedade lagartense, pois o "simbólico" quarto poder da República decerto estará antenado e vigilante para poder mostrar à população papajaca as mudanças e os ganhos reais em termos de programas, projetos e pautas sociais.

É isso que precisamos, é isso que queremos, pois uma das maiores cidades do interior sergipano não pode nem deve viver em paralelo às leis e garantias constitucionais que alcançamos em nível nacional. Uma administração  austera e responsável perpassa também e principalmente pelo sepultamento da INVISIBILIDADE das populações em risco de vulnerabilidade que sabemos, possui especificidades e demandam um olhar efetivo do poder público. 

Que venha Janeiro...

Esperança é a palavra que está acredito, na cabeça de todos os nossos munícipes.

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